A estrela, o mar e primeiro alvor da manhã.




Ab imo pectore
(abimo pectore)
Do fundo da alma, com franqueza.





Não sei o teu nome ou quem tu és... Mas sei que me apaixonei por ti, perdidamente!

Não sei com quem vives ou onde moras... Mas descobri que fizeste morada em mim:
- A tua casa é o meu coração, vives no meu pensamento, na minha sombra te vejo acampada e dos meus sentimentos e emoções tomaste posse.

Não sei por quem choras e quais são os teus desejos...
Sei que choro por ti e ti desejo a cada instante:
- Ao por do sol, na madrugada fria; quando a lua cheia se derrama sobre mim (velho lobo faminto).

Não sei a quem tu amas ou se és amada...
Sei que te amo sem saber se um dia serei feliz...

Serei feliz, quando o sol acordar o dia, ao ver os teus olhos renderem os meus e os meus se entregarem aos teus e a minha alma conquistada, feita cativa, apaixonada por esses olhos da cor do pecado, delirantes, misteriosos...

Serei muito feliz - quando o sol chegar ao meio do dia - ao me deliciar nos teus abraços e nos teus braços me enroscar e me enrolar e me prender e embevecido me deixar possuir pelo calor do teu corpo. Deliciosos, doces e suaves abraços (os teus) serão como o vento que rompe pelas colinas e invade os vales em manhã de calor, clara, sedutora...

Certamente serei feliz (quando o sol ao despedir-se do dia for devorado pela noite), ao sentir os teus lábios se apossarem dos meus e os meus se lançarem aos teus, e os teus ardentes beijos penetrarem o meu corpo e me consumir em voraz fogaréu. Lábios em flor, carmins, carnudos, cheios de prazeres...

E quando a tua boca colada ao meu ouvido sussurrar indecentes promessas de amores... Descaradas juras... Atrevidas fantasias... Indecorosos devaneios que me fizerem zonzear, entontecer, desvairar e de prazer desmaiar... Então serei feliz, infinitamente feliz, imensuravelmente... Que nem sequer consigo imaginar.
Agora é madrugada... No aconchego do colo da lua o sol dorme e sonha!